LEBIOS Participa do XXI Congresso da SAB, 2021
Entre os dias 7 e 12 de novembro
acontece um dos maiores encontros da América Latina para discussão sobre
arqueologia: o XXI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB). O
encontro ocorre a cada dois anos e este, em decorrência da pandemia de Covid-19,
será totalmente on-line pela primeira vez.
O Lebios está
marcando presença com a comunicação Cáries
e desgastes dentários de populações pré-contato da Volta Grande do Rio Xingu,
Amazônia, Brasil, que tem como objetivo divulgar uma parte dos resultados
da pesquisa de doutorado em Bioantropologia no PPGA/UFPA de Letícia Müller, sob
orientação do professor Hilton P. Silva. A comunicação será dia 11/11 entre
16-18 horas no Simpósio Temático - ST
22. Bioarqueologia: integrando remanescentes humanos com seu contexto
arqueológico, coordenado pelo Professor Pedro José Tótora da Glória, também
do PPGA/UFPA.
Em decorrência do formato escolhido pelos organizadores
apenas inscritos podem acessar o evento, no entanto, o acesso ao caderno de
resumos completo é livre e pode ser feito pelo link: https://www.congressodasab.com.br/c%C3%B3pia-conferencistas
Resumo
Cáries e desgastes
dentários de populações pré-contato da Volta Grande do Rio Xingu, Amazônia,
Brasil
Letícia Morgana Müller, Hilton P. Silva, Renato Kipnis
Estudos arqueológicos baseados em
cultura material na Amazônia sugerem que a economia dos grupos indígenas
tardios estava centrada no consumo de plantas cultivadas complementada pela
coletada, pesca e caça de alimentos silvestres. No entanto, a floresta
amazônica cobre uma área muito vasta, com diferentes composições fitosionômicas
e sociedades indígenas. Desta forma, não é esperado que as respostas e práticas
de diferentes grupos às necessidades alimentares diárias sejam as mesmas. Ao
contrário, espera-se que diferentes escolhas produzirão diferentes marcas nos
dentes e na saúde destas populações. Neste estudo abordamos a questão da
alimentação através da bioarqueologia, com observações diretas sobre as
patologias orais de remanescentes humanos exumados na região da Volta Grande do
Rio Xingu (VGRX), que viveram durante o Holoceno tardio (entre 2.240 e 248 BP).
Foram analisados 114 dentes e, quando possível, ossos das mandíbulas e maxilas,
de 13 indivíduos exumados de cinco sítios arqueológicos. Estes resultados são
comparados com estudos arqueológicos de população Maracá (ca. 500 anos BP) e de
dados sobre saúde oral de grupos indígenas da segunda metade do século XX,
recém contatados. Os resultados reforçam que diferentes hábitos alimentares
podem existir dentro de um mesmo tipo de subsistência; que diferentes tipos de
processamento e consumo de alimentos podem desencadear maior ou menor
ocorrência de patologias orais nos indivíduos.
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