Blog Bioantropologia na Amazônia

‘Santíssima Trindade’ no altar da casa de Cordolina Souza- Quilombo de Mangueiras. Fonte: Acervo do Projeto MARAJOCULTURARTS – Fotografia de Páscoa Sarmento. Nossa última postagem do ano é uma homenagem a uma excelente tese defendida este mês no PPGA. O trabalho Resistências Malungas: Agências Sociopolíticas de Mulheres Quilombolas em Salvaterra, Arquipélago do Marajó – Pará é um belo exemplo de tese transdisciplinar em antropologia, envolvendo os diversos campos de nossa disciplina, novas abordagens teórico-metodológicas, um corajoso envolvimento coletivo, resultando em um rigoroso trabalho científico e uma importante contribuição para os estudos sobre as comunidades quilombolas paraenses. Uma verdadeira Antropologia Quilombola. A autora é Maria Páscoa Sarmento, que se descreve como: Mãe de Miguel e William. Liderança Quilombola do Pará, membra do Coletivo Ubuntu e da Coordenação do Coletivo de Educação da CONAQ, afrofeminista e ativista da Rede Fulanas Negras da Amazônia Brasileira.

Vídeo de chamada do programa Hora da Saúde, no Domingo de Natal         Em recente  artigo  publicado na revista Lancet ( The Qatar FIFA World Cup 2022 and camel pageant championships increase risk of MERS-CoV transmission and global spread ) os autores chamam a atenção para a possibilidade da dispersão da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) para outras partes do  planeta   a partir do retorno dos torcedores da Copa do Mundo do Catar, onde já foram registrados casos da doença, que é cerca de 30-40 vezes mais letal que a Covid-19 . Ocorre que simultaneamente à Copa, também está ocorrendo no pequeno país um  milionário  concurso internacional de  beleza de  dromedários, que atraiu para  lá  milhares de criadores e animais de várias partes do planeta. Sabe-se que os camelos e dromedários são os principais vetores da doença para os humanos .       Como forma de alertar a comunidade médica paraense e brasileira, e falar sobre aspectos bioculturais e evolutivos  relacionados a uma

Forno de Farinha, Abacatal, Pará. Fonte: Hilton P. SIlva Foi publicado no início de dezembro o mais recente artigo sobre os impactos dos determinantes socioecológicos e do racismo estrutural na saúde das populações quilombolas. O artigo “Comida de quilombo e a desnutrição infantil na Amazônia Paraense: uma análise com base no mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional” (DOI: 10.20396/san.v29i00.8670218), de autoria da bioantropóloga pelo PPGA Nádia Aline Fernandes, em co-autoria com o coordenador do Lebios, Prof. Dr. Hilton P. Silva, está no volume 29 da revista Segurança Alimentar e Nutricional , da UNICAMP. O texto, de acesso aberto, é uma das produções da recém-doutora Nádia, como parte das pesquisas sobre questões de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional em comunidades quilombolas. Segundo os autores, estas comunidades enfrentam historicamente situações de vulnerabilidade socioecológica, racismo e violência, que se refletem na sua organização social e os

Nas últimas duas décadas o Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBIOS) tem se dedicado a produzir formação e conhecimento científico de alta qualidade a partir de projetos e iniciativas em grande parte financiadas, direta e indiretamente, por agências de fomento como a CAPES e o CNPq. As dezenas de estudantes e investigadores que têm colaborado com o LEBIOS, muitos bolsistas dos órgãos de fomento, produzem dados e informações que tem contribuído para a formulação e implementação de políticas públicas para as populações mais vulnerabilizadas do Brasil e para a redução do sofrimento e a melhoria da qualidade de vida desses grupos. Essa trajetória nos obriga a unir esforços com a UFPA, o PPGA e todas as instituições e programas ora afetados pelos seguidos cortes de recursos para a educação, a ciência e a saúde públicas promovidos pelo atual governo. Nos solidarizamos com todos/as bolsistas que tiveram seus recursos suspensos e estamos mobilizados com toda

  O s  membros do Laboratório de Estudos  Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBIOS) t ê m se dedicado ativamente ao trabalho e estudo com populações quilombolas da Amazônia e colaborado intensamente na construção e implementação de políticas públicas para os grupos mais vulnerabilizados, participando de diversos fóruns nacionais e produzindo dados de referência para a saúde  pública . Como em anos an teriores, neste mês  de novembro  a agenda  foi  intensa , primeiro com a participação no  16° Congresso da Associação Latino-Americana de Antropologia Biológica (ALAB)  ( http://bioantropologiaufpa.blogspot.com/2022/11/o-16-congresso-latino-americano.html )   e no   13º Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva ( http://bioantropologiaufpa.blogspot.com/2022/11/lebios-participa-do-13-congresso-da.html ), onde além de mem bros do LEBIOS terem participado de diversas atividades  discutindo a saúde de populações vulnerabilizadas , o GT Racismo e Saúde  da  Abrasco,  coord