NA 23ª SEMANA UNIVERSITÁRIA DA UNB PROJETO DE ENSINO E EXTENSÃO HOMO LUDENS APRESENTOU AO PÚBLICO RÉPLICAS DE FÓSSEIS DE ANCESTRAIS HUMANOS CRIADAS POR IMPRESSÃO 3D

Card Expo Homo Ludens SEMUNI 2023

O projeto Homo Ludens (https://instagram.com/homoludens_projeto?igshid=NzZhOTFlYzFmZQ==), envolve ensino, pesquisa e extensão visando desenvolver novas abordagens para o ensino e divulgação científica sobre Evolução Humana (EH), numa perspectiva imersiva, interativa e lúdica, utilizando impressão 3D e jogo de RPG. A abordagem consiste em utilizar réplicas de fósseis de hominídeos feitas em impressora 3D em sessões imersivas e interativas de jogos interpretativos, bem como testar a utilização desses materiais separadamente para o ensino de EH. Trata-se de uma metodologia inovadora no ensino de ciências e EH, tanto para educação básica quanto superior.

O projeto enfoca a temática do ensino de EH a partir da compreensão que, embora este tema seja parte de outras discussões no campo da biologia e da antropologia, ele deve ser abordado em seus próprios termos. Entende-se que no interior da biologia evolutiva, a EH é um dos temas mais complexos a serem tratados, sobretudo pela possibilidade de gerar interpretações confusas, causar tensão aos professores e estudantes, propiciando o surgimento de polêmicas e embates envolvendo, por exemplo, questões sobre religiosidade, criacionismo, evolucionismo e racismo, para os quais os docentes nem sempre estão adequadamente preparados. Além disso, revisões da literatura demonstram que o ensino de temas como “Origem da Vida” e “Evolução Biológica” são considerados de difícil compreensão pelos estudantes bem como de difícil abordagem por muitos professores. Por isso, é necessário criar contextos de ensino e aprendizagem, envolvendo metodologias alternativas que permitam maior diálogo, mais interatividade e somadas a fontes cientificamente sólidas de informação, como os estudos paleoantropológicos.

A metodologia de Role-Playing Games (RPG) em contextos educacionais ainda é uma novidade no Brasil. No entanto, pesquisas mostram que em “jogos sérios” de estratégia militar, economia, elaboração de políticas públicas, planejamento urbano e desastres naturais, que incorporaram os avanços em tecnologia da informação dos jogos comerciais, os ganhos de aprendizado são consideráveis.

Exposicao Homo Ludens na UNB

Por iniciativa do Coordenador do Lebios, que está atualmente no Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM) da Universidade de Brasília (UNB), iniciou-se a execução do projeto com o trabalho inédito na UNB de busca e solicitação dos arquivos digitais tecnicamente mais corretos em diversas instituições no exterior, e a posterior preparação das réplicas em impressoras 3D de fósseis de hominídeos, que foram utilizados no desenvolvimento do jogo e também serão utilizadas para o ensino de EH na Universidade, bem como, no futuro, para o incentivo à criação de laboratórios de ciências, nas escolas públicas do DF e do Brasil.

Após intensas pesquisas sobre materiais para impressoras e acervos on-line de arquivos para impressão 3D, os exemplares selecionado pela equipe se mostraram de excelente precisão técnica (tamanho, forma, volume) em relação aos originais, de fácil replicação, e de baixo custo, o que é também uma inovação e grande vantagem desta metodologia frente aos elevados custos de aquisição de réplicas de hominídeos disponibilizadas comercialmente.

Detalhes das réplicas em exposição

As réplicas foram apresentadas ao público e o jogo foi testado pela primeira vez aberta aos estudantes durante a 23ª edição da Semana Universitária da UNB (SEMUNI), que ocorreu de 25 a 29 de setembro em Brasília (https://dex.unb.br/agendasemana23). Esta foi a primeira exposição sobre EH no Centro-Oeste utilizando réplicas de fósseis de ancestrais humanos feitas inteiramente na UNB. Deste modo, a partir da experiência da SEMUNI, na continuidade do projeto, a equipe irá apresentar estas formas alternativas de ensino, bem como de sugestões para a divulgação científica e estruturação de coleções sobre EH em museus e escolas, contribuindo para a formação científica tão necessária nos dias atuais.

O projeto foi aprovado no Edital N.º 019/DEG/2023, Programa de Aprendizagem Para o 3.º Milênio (A3M) e no edital da SEMUNI/UNB/2023. A equipe de coordenação é formada pelos Profs. Drs. Domingos Sávio, do Instituto de Psicologia e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), Hilton P. Silva, do Lebios e do CEAM, e Nilda M. Diniz e Silviene F. Oliveira, do Instituto de Ciências Biológicas, contando também com a participação de bolsistas de graduação de diversos cursos e estudantes voluntários de várias disciplinas da UNB.

Estudantes do ensino médio visitam a exposição

Ao longo da semana, centenas de estudantes da Universidade, bem como alunos do ensino médio, participaram das atividades do projeto e se encantaram com as novas formas de aprender sobre nossa ancestralidade evolutiva e poder manipular raríssimos espécimes, extintos há milhões de ano.









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