Integrantes do LEBIOS falam sobre Anemia Falciforme no quadro Ciência pai d'égua da Tv O Liberal


No dia 28/02/2019, integrantes do LEBIOS (Ariana Silva e Hilton Pereira) concederam entrevista para o jornal Bom dia Pará sobre a pesquisa desenvolvida por Ariana com a temática da Anemia Falciforme. A entrevista foi para o quadro 'Ciência pai d'égua' que está disponível no link: 


Professora Dra Ariana Silva durante entrevista para o quadro Ciência pai d'égua 

Professor Dr Hilton Pereira durante entrevista para o quadro Ciência pai d'égua


A pesquisa em questão é a tese de doutorado “A Doença Falciforme na Amazônia: As Intersecções entre Identidade de Cor e Ancestralidade Genômica no Contexto Paraense”, defendida em 2018 pela professora Drª Ariana Silva no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará e orientada pelo professor Dr. Hilton Pereira.

A tese de Ariana é muito relevante no combate aos preconceitos sofridos por pessoas com Anemia Falciforme, através da quebra de paradigmas e mitos, pessoas estas que em muitos momentos lutam contra os sintomas e a discriminação. Abaixo segue o resumo da tese da professora Dra Ariana Silva, juntamente com seus artigos e o vídeo que também resulta de sua tese: 


Silva, Ariana K L S. A Doença Falciforme na Amazônia: As Intersecções entre Identidade de Cor e Ancestralidade Genômica no Contexto Paraense. 2018. 139p. Tese de Doutorado, Área de Concentração em Bioantropologia.
Ariana Kelly Leandra Silva da Silva

Resumo

A Doença Falciforme (DF) é a síndrome genética mais prevalente em todo o mundo. Na Amazônia, Estado do Pará, o grupo com a hemoglobina mutanteHb S (grupo homozigoto Hb SS) representa cerca de 1% da população, que convive com desafios em relação ao acesso aos serviços de saúde pública, à vulnerabilidade biossocial, aos estigmas relacionados à “Raça/Cor” dos indivíduos e às manifestações clínicas severas e de difícil tratamento da DF. Pesquisamos as categorias biológicas (genéticas) e culturais (raça/cor) de pessoas diagnosticadas com a doença, confrontando as intersecções (conexões) entre a Identidade Social de Raça/Cor e a Ancestralidade Genômica (AG) analisando a condição biocultural dos sujeitos, com histórias de vida que englobam a questão genética e o racismo em torno da doença. Investigamos 60 pessoas com Hb SS no Estado do Pará. Foram coletadas amostras de sangue na Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Pará (Hemopa/Belém) e realizados testes de Ancestralidade Genômica autossômica no Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM) da Universidade Federal do Pará (UFPA) onde usamos 62 Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIMs) via PCR multiplex no sequenciador ABI Prism 3130 e software v.3.2 GeneMapper ID. Simultaneamente, foi realizada pesquisa de campo de caráter etnográfico com entrevistas semiestruturadas com os mesmos indivíduos, após a entrega do resultado do teste de AG. A formatação da pesquisa seguiu um Texto Integrador com quatro (04) artigos científicos publicados ou em fase de publicação/edição. O primeiro artigo descreve a epidemiologia da DF no Pará, referido como a Introdução da tese. O segundo artigo trata sobre os preconceitos e os determinantes sociais da saúde vivenciados por pessoas com DF, sendo considerado o Problema a ser investigado. O terceiro artigo demonstra as questões de renda, cor e qualidade de vida dos indivíduos pesquisados. O quarto artigo aborda as manifestações clínicas da DF e as intersecções entre a Identidade de Raça/Cor e a Ancestralidade Genômica dos participantes da pesquisa. Os dois últimos artigos são parte dos Resultados dessa investigação. O estudo foi embasado na identificação do processo de racialização da DF como um Determinante Social da Saúde (DSS), considerando que esta comporta elementos biológicos e socioculturais, sendo ainda concebida como uma “doença que vem do negro” na Amazônia, e o fato de haver ainda poucas pesquisas sobre doenças genéticas na Amazônia. Concluímos que é importante analisar os padrões epidemiológicos da população brasileira partindo de suas características étnicorraciais devido à presença africana, europeia e indígena marcantes na Região Amazônica, em especial, em grupos com uma doença crônica, com a DF. Além disso, evidenciamos que as manifestações clínicas da DF podem ser mensuradas de acordo com os dados de ancestralidade genômica e autodeclaração de raça/cor em se tratando de diferenças que envolvem o aDNA, o gênero/sexo, a idade e a renda familiar, todavia, apenas o status socioeconômico e as características de ascendência genética não conseguem responder sobre a heterogeneidade da sintomatologia da DF e devem ser levados à análise de polimorfismos associados a esses eventos.

Palavras-Chave: Doença Falciforme; Amazônia; Raça; Cor; Ancestralidade Genômica; Identidade Social/Cultural.

Artigos, Vídeo e Links:

Artigo 1: O Contexto Epidemiológico e Biossocial da Doença Falciforme no Pará, Amazônia, Brasil.


Artigo 2: Doença Falciforme, Preconceito Linguístico e Sociorracial: A Desinformação como Determinante Social da Saúde no Estado do Pará, Amazônia.


Artigo 3: Renda e Cor de Pessoas com Anemia Falciforme Atendidas na Fundação Hemopa, Pará, Amazônia, Brasil: Realidade e Perspectivas.


Vídeo no You Tube: Sickle Cell Disease in Amazon. Entrevistas em Português e Legenda em Inglês. Roteiro: Ariana da Silva. Edição: Roseane Tavares. Tradução: Lígia Filgueiras.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mulheres na Bioantropologia

Ilha do Marajó: Fome e Determinantes Sociais da Saúde no Contexto da Pandemia

Bioantropologia: O Que é?