Bioantropologia e Genética: Qualificação de Doutorado - PPGA/UFPA


No último dia 21 de Junho, às 09h00, no Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal do Pará, a Doutoranda Ariana Kelly L S da Silva, do Programa de Pós Graduação em Antropologia, Área de Concentração em Bioantropologia, foi aprovada no "Exame de Qualificação de Doutorado", cujo projeto de pesquisa: "A Doença Falciforme na Amazônia: As Intersecções entre Identidade de Cor e Ancestralidade Genômica no Contexto Paraense" foi aprovado para o início do trabalho de campo. O pesquisa em questão foi anteriormente aprovada na Fundação Hemopa (local da pesquisa), assim como na Plataforma Brasil/Comitê de Ética em Pesquisa. 

O resumo e a apresentação seguem abaixo.

A Doença Falciforme na Amazônia: As Intersecções entre Identidade de Cor e Ancestralidade Genômica no Contexto Paraense

Ariana Kelly Leandra Silva da Silva
Resumo

A Doença Falciforme (DF) é a doença genética mais prevalente em todo o mundo. Na Amazônia, a Hb*S (grupo homozigoto Hb*SS) ocorre em cerca de 1% da população, que convive com desafios cotidianos em relação ao acesso aos serviços de saúde, à vulnerabilidade biossocial e aos estigmas relacionados à “Raça/Cor” dos indivíduos acometidos pela síndrome. Este trabalho pretende investigar as categorias biológica (genética) e cultural (raça/cor) entre os interlocutores diagnosticados com a doença, confrontar as intersecções (conexões) entre a Identidade Social (IS) de Raça/Cor versus a Ancestralidade Genômica dos participantes com DF em contraponto à sua condição biossocial, com histórias de vida e particularidades que englobam a questão do racismo em torno da doença. A pesquisa investigará um grupo de 100 pessoas com Hb*SS no Estado do Pará. Serão coletadas amostras de sangue no Hemocentro Regional do Pará (Hemopa/Belém) e realizados testes de ancestralidade genômica autossômica (AG) dos indivíduos no Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Simultaneamente, será realizada uma pesquisa etnográfica com entrevistas semiestruturadas com os mesmos indivíduos, após a entrega do resultado do teste de AG. O estudo tem sua relevância embasada na identificação do processo de racialização da DF como um Determinante Social da Saúde (DSS), especialmente considerando que esta comporta elementos biológicos e socioculturais, sendo ainda concebida como uma “doença que vem do negro” na Amazônia. Na Amazônia, a DF ainda carece de uma análise conjunta biocultural e de ancestralidade genômica uma vez que os indivíduos com HB*SS estão imbuídos em um universo étnicorracial ainda pouco estudado nos grupos humanos com doenças genéticas.


Palavras-Chave: Doença Falciforme; Amazônia; Raça; Cor; Ancestralidade Genômica; Identidade Social.

Ariana da Silva durante a apresentação do Projeto de Doutorado/Bioantropologia

Ariana durante e apos a avaliação da banca de qualificação e com professores e amigos presentes


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