34ª RBA encerra atividades com saldo positivo para a Bioantropologia
Cartaz oficial da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA). |
Encerrou na sexta-feira, 26 de julho de 2024, a 34ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) (https://www.34rba.abant.org.br/site/capa). O evento que é organizado bienalmente pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) teve como lócus das suas atividades a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), contando com a participação de milhares de pessoas, dentre elas, pesquisadoras, pesquisadores, profissionais e estudantes de todo o Brasil e do mundo que tiveram a oportunidade de interagir, trocar experiências e estabelecer diálogos estimulantes entre as suas pesquisas e os diferentes campos e abordagens da Antropologia.
Neste
ano, o encontro teve como temática “Territórios vivos, corpos plurais:
antropologia e saberes críticos”, sendo marcado por três dias intensos de
atividades distribuídas em uma programação composta por centenas de grupos de
trabalho, conferências, simpósios especiais, mesas redondas, lançamento de
livros, atividades culturais, etc.. Esta grande programação criou um clima
amistoso para inúmeros debates e reflexões sobre temas clássicos e atuais da
Antropologia tais como acerca dos limites éticos e potenciais científicos do
método etnográfico; a inclusão de novas ferramentas e tecnologias na pesquisa
antropológica; a relevância da Antropologia no atual debate sobre mudanças
climáticas, dentre muitos outros temas.
Cerimônia de lançamento de livros na 34ª RBA. Fotos: Uriel Coelho |
Em meio à esta grande diversidade, o evento também foi marcado pela terceira edição do Grupo de Trabalho dedicado à Antropologia Biológica (“GT 007: Antropologia Biológica e interfaces biologia e cultura”), coordenado pelos professores Pedro da Glória (PPGA/UFPA) e Verlan Valle Gaspar Neto (UFRRJ), contando ainda com a participação dos doutorandos Ana Carolina Azevedo e Uriel Coelho do PPGA/UFPA e confirmando a retomada da presença científica da Bioantropologia neste que é o maior encontro da Antropologia nacional (https://bioantropologiaufpa.blogspot.com/2024/07/gt-dedicado-antropologia-biologica-e.html).
Além
do GT 007, no entanto, a Bioantropologia também se fez presente como
perspectiva norteadora em muitas outras atividades realizadas durante o evento,
sendo notáveis múltiplas iniciativas cujo conteúdo contemplaram direta e/ou
indiretamente questões sensíveis à abordagem biocultural. Tais iniciativas,
propostas em diferentes grupos de trabalho, mesas redondas e simpósios
especiais, abordaram temas como a realização de etnografias em serviços de
saúde; antropologia e saúde mental; ciências forenses e direitos humanos;
antropologia multiespécie; da alimentação; da paisagem; ecologia humana, entre
outras, revelando avanços significativos do modelo biocultural como caminho
viável para uma visão mais totalizante dos processos envolvidos na experiência
biológica e cultural humana.
Exemplos de atividades que traçaram diálogos com a perspectiva biocultural na 34ª RBA. |
Resultado da premiação na categoria "Antropologia e Direitos Humanos" da 34ª RBA |
A trigésima quarta edição da RBA fica, assim, marcada pelo enaltecimento da diversidade de formas de se fazer Antropologia, bem como pelo fortalecimento de perspectivas que inspiram novos olhares e expectativas para a Bioantropologia brasileira.
Desejamos
que os caminhos abertos com esta experiência ajudem a expandir e aprofundar os
conhecimentos acerca da complexidade humana, contribuindo também para a
construção de um mundo mais equitativo e sustentável.
Por: Uriel Melquisedeq Lopes Coelho, Doutorando em
Bioantropologia do PPGA-UFPA.
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