GT dedicado à Antropologia Biológica é destaque na 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - RBA

Coordenadores e participantes do GT "Antropologia biológica e interfaces biologia e cultura" - Foto: Organização RBA.

Nesta terça e quarta feira (24 e 25 de julho de 2024), a 34ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) foi palco das atividades do Grupo de Trabalho 007 intitulado "Antropologia biológica e interfaces biologia e cultura" coordenado pelos professores Pedro da Glória (PPGA/UFPA) e Verlan Valle Gaspar Neto (UFRRJ) (https://www.34rba.abant.org.br/atividade/view?q=eyJwYXJhbXMiOiJ7XCJJRF9BVElWSURBREVcIjpcIjE2M1wifSIsImgiOiI4NzhlNjExMDIwYmVjMmJlODI1ZTVlNDA5NzFkMzUwMSJ9&ID_ATIVIDADE=163 ).

Reunindo pesquisadores do LEBIOS-CNPq, do PPGA/UFPA e de diversas instituições do Brasil interessados em mostrar suas experiências e estabelecer diálogos com a abordagem biocultural, o GT chegou à sua terceira edição, confirmando a retomada da presença científica da Bioantropologia neste que é o maior encontro da Antropologia nacional.

Uriel Coelho na apresentação do trabalho "Bioantropologia e Urbanismo: desafios para a integração entre saúde e ambiente no contexto urbano amazônico." Foto: Kellen Borges.

O GT contou com a apresentação de doze trabalhos com diversos enfoques, que levantaram pontos relevantes sobre os potenciais de articulação do modelo biocultural em diferentes disciplinas, temáticas de pesquisa, estratégias metodológicas, etc., ampliando os olhares sobre o relacionamento entre os aspectos biológicos e culturais envolvidos em estudos ecológicos, linguísticos, urbanos, de saúde, bioarqueológicos, forenses, etc.

Ana Carolina Azevedo na apresentação do trabalho "Como a mãe sabe que o seu bebê está bem? Uso de antropometria e comportamento infantil pelas mães da Amazônia urbana." Foto: Uriel Coelho.

Para Verlan Neto, esta iniciativa é de extrema importância pois abre caminhos para uma maior presença da Bioantropologia em um espaço comumente dominado pela Antropologia Social e que por vezes apresenta resistências e/ou limitações quanto ao domínio de abordagens bioantropológicas. Ao ser questionado sobre a recepção da Bioantropologia no evento da ABA, o coordenador do GT afirma que a proposta tem sido bem recebida, não sendo notadas tentativas de restrições, hostilidades ou qualquer dificuldade para a realização do GT, muito pelo contrário, supondo inclusive que a ABA talvez veja esta experiência como uma oportunidade de narrar maiores detalhes acerca da trajetória da Antropologia no Brasil.

Verlan Neto na apresentação do trabalho "A institucionalização da Antropologia Biológica no Pará: recapitulação histórica e apontamentos preliminares.". Foto: Uriel Coelho.

Já Pedro da Glória, ao falar de uma experiência pessoal anterior com o evento, destacou que a criação de um GT específico dedicado à Antropologia Biológica também constitui uma alternativa interessante para a formação de um espaço próprio, independente e mais favorável ao diálogo da Antropologia com questões suscitadas pelas ciências biológicas.

Pedro da Glória na apresentação do trabalho "Usos e ressignificações do Cemitério da Soledade em Belém do Pará sob uma perspectiva biocultural". Foto: Uriel Coelho

Apesar de recente, as expectativas sobre uma maior presença da Bioantropologia na ABA são, portanto, otimistas e apontam para possibilidades de enriquecimento intelectual mútuo neste e em outros campos interessados em estabelecer diálogos com a abordagem biocultural. 

O Lebios parabeniza os coordenadores e todos os participantes do GT pela contribuição no crescimento e visibilidade da Bioantropologia no Brasil.

Por: Uriel Melquisedeq Lopes Coelho, Doutorando em Bioantropologia do PPGA-UFPA.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mulheres na Bioantropologia

Ilha do Marajó: Fome e Determinantes Sociais da Saúde no Contexto da Pandemia

Bioantropologia: O Que é?