LEBIOS, LEEH e HUJBB Fazem Parceria Para Estudar Múmia Amazônica
O projeto Desvendando Uma Múmia Amazônica é parte do projeto maior “Multidisciplinary Perspectives on Past and Present Ethnographic Human Remains Collecting” que tem como parceiros a Profa. Dra. Maria Mercedes Okumura, do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH) do Instituto de Biologia da Universidade de São Paulo (IB-USP), Brasil, o Prof. Dr. Damien Huffer, da University of Stockholm, na Suécia, a Profa. Dra. Sabine Eggers, do Naturhistorisches Museum of Viena, na Austria, a Profa. Dra. Claudia Augustaat, do Weltmuseum of Viena, na Austria e o Prof. Dr. Hilton P. Silva, do LEBIOS, UFPA, Brasil.
Esta semana, a profa. Mercedes e o prof. Hilton estiveram na sede da Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (PCDL), em Belém do Pará, para iniciar investigações sobre uma relíquia Jívaro (Tzantza) depositada naquela instituição desde a década de 1920. Até onde se sabe, trata-se do único artefato desta natureza no estado e que nunca foi cientificamente investigado. A mumificação humana é uma prática milenar, realizada em variados contextos culturais e em diversos continentes, sendo as mais conhecidas as múmias egípcias.
Na América Latina (AL) os povos Chinchorro, do Chile, já realizavam mumificações há 7.000 anos e múmias naturais já foram encontradas no Brasil Central. Dentre as práticas de mumificação na AL, destacam-se aquelas que tiveram como foco as cabeças humanas, possivelmente confeccionadas enquanto troféus de guerra (Tzantza). Essa atividade foi comum entre os grupos guerreiros conhecidos como Jívaro, do Peru e Equador e os Munduruku, do Brasil, até o início do Século XX. A maioria dessas múmias atualmente encontra-se em coleções privadas ou em museus espalhados pelo mundo.
Nesta pesquisa o objetivo é investigar detalhadamente a origem, autenticidade da peça na PCDL, sua preparação e contextualização histórica e biológica, através de levantamento documental na excelente biblioteca e arquivo do órgão do Ministério das Relações Exteriores e, também, com uso de métodos bioantropológicos não invasivos, como morfometria, fotografia e tomografia. Este último com apoio do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). Mais amplamente, o projeto internacional busca, também, identificar artefatos falsificados, suas origens, bem como os processos bioculturais e históricos relacionados a este caso de Tzantaza verdadeira e outros de mesma natureza, por meio de estudos comparativos envolvendo materiais similares nas coleções do Museu Nacional de História Natural de Viena, do Museu Welt da Áustria, e outras existentes em acervos da América Latina e da Europa.
A profa. Mercedes e o prof. Hilton foram muito bem recebidos pela direção e a equipe da PCDL e, após a obtenção das necessárias permissões oficiais, o trabalho de investigação da “Genoveva”, como é gentilmente conhecida a peça, que será iniciado em breve.
Aguardem as novidades.
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