AS ENFERMIDADES DO CORPO E OS MALES DA ALMA SOB O OLHAR ANTROPOLÓGICO

No início de 2019, a então estudante de graduação em Ciências Sociais, Ana Carolina Brito, atualmente cursando o doutorado no PPGA, na área de Bioantropologia, teve a oportunidade de pesquisar os métodos terapêuticos de três benzedeiras na área urbana de Belém. 
Sob orientação do professor Luís Fernando Cardoso (IFCH), lançaram olhares sobre diferentes tipos de curas, das mais variadas enfermidades, sejam elas físicas ou da alma. Os processos relacionados à saúde e doença, e como os indivíduos constroem seus itinerários terapêuticos sempre foram tema relevante na área da Antropologia, uma vez que esses processos estão diretamente ligados a influências culturais, ambientais e biológicas, parte de nossa herança biocultural. 
Todo esse trabalho fascinante culminou no artigo “As enfermidades do corpo e os males da alma: sobre o método terapêutico das benzedeiras em Belém do Pará”, publicado no número mais recente da revista Amazônica, onde Ana e Luís, constatam que as benzedeiras participantes da pesquisa se utilizam de métodos distintos para levar o enfermo à cura: uma recorre aos “encantados”, outra dispõe de garrafadas e orações oriundas do catolicismo popular e uma terceira, utiliza-se de plantas medicinais. O artigo foi construído através de conceitos da Antropologia da Saúde, mas percebe-se que há inúmeras possibilidades de análise da temática, principalmente nos campos da Bioantropologia e da Antropologia Médica.
Classicamente, os diferentes campos da antropologia trazem inúmeras possibilidades para se compreender os processos de saúde e adoecimento humano, principalmente aqueles que afetam o corpo biológico em contextos singulares como também os que levam as pessoas a buscar a atenção das tradicionais rezadeiras e benzedeiras, fato comum no Pará. O artigo demonstra a importância do diálogo entre as disciplinas, objetivando ampliar as fronteiras da compreensão de diferentes formas de sentir e de estar doente ou saudável.
Boa leitura!



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