Na 2ª Semana da COP o LEBIOS Faz Novas Contribuições à Agenda Global

 

Marcha pela justiça climática em Belém.

Em continuação às atividades na COP30, no dia 15/11 pela manhã ocorreu a histórica Chamada e Marcha Global de Ação para a Saúde da Cúpula dos Povos, da qual o coordenador do LEBIOS participou como convidado dos organizadores. A marcha saiu do Mercado de São Brás, seguiu até a Aldeia Cabana, e contou com cerca de 70 mil participantes. No dia 16, fomos um dos convidados para encerramento no Campus da UFPA da memorável Cúpula dos Povos, que mobilizou cerca de 1.100 organizações da sociedade civil para trazer à COP as vozes da população mundial. 

No dia 17, o professor Hilton reuniu-se na Zona Verde com a Profa. Dra. Jennifer Engler da Ohio State University, que estava participando como observadora da COP, para uma conversa sobre a Amazônia, políticas públicas, o Plano de Ação em Saúde de Belém e potenciais colaborações futuras com a universidade americana. Na parte da tarde a atividade foi na Casa do Povo da COP, onde Hilton participou como comentarista no painel Justiça Socioambiental & Educação Popular: vozes amazônicas e africanas, promovido pelo Ministério Público do Pará, a Interpares, o projeto Djumbai, a ONG Tiniguena e a UFPA. 

Roda de conversa no stand do IEC, na Zona Verde.

No dia 18, na parte da manhã, a Dra. Putira Sacuena participou como palestrante da sessão Governança Intercultural em Saúde: desafios e inovações na gestão da Atenção Primária dos indígenas em tempos de crise climática, no stand do IEC, na Zona Verde. Ainda na terça-feira, porém a tarde, a atividade foi novamente no stand do IEC, quando o professor Hilton participou como um dos palestrantes na Roda de Conversa Diálogos Interdisciplinares Sobre Mudanças Climáticas e Saúde das Populações: territórios em transformação, desigualdades, vulnerabilidades, impactos, desafios e perspectivas de vigilância na Amazônia paraense. A roda e a sessão foram iniciativas do Instituto como parte de um conjunto de contribuições de especialistas em diversos temas de saúde da Amazônia aos debates da COP.

Visita técnica ao CIOCS.

Participação em diálogo no Pavilhão Angola, na Zona Azul.

Dia 19/11 o coordenador do LEBIOS participou de visita técnica ao Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) localizado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, a convite da procuradora do MPPA Fabia Fournier e da Dra. Heloisa Guimarães, coordenadora adjunta da SESPA. Este é o centro unificado entre os governos federal, estadual e municipal, em parceria com a coordenação da COP, para o controle de todos os eventos relacionados à saúde que ocorram em Belém no período do evento. O Centro deve servir de modelo a ser adotado em futuros grandes eventos no Brasil e no exterior. Na parte da tarde, o professor Hilton esteve no pavilhão de Angola, na Zona Azul, para um diálogo com docentes da UniLuanda e pesquisadores de outros países sobre Resiliência em Saúde no Sul Global e o Plano de Ação em Saúde de Belém.

No Dia da Consciência Negra, 20/11, quando se comemora o Dia de Zumbi dos Palmares, o LEBIOS foi um dos organizadores do Seminário Amazônia e Áfricas em Conexão: desafios contemporâneos no combate ao racismo ambiental por reconhecimento, autodeterminação e justiça climática, em parceria com a Comissão de Direitos Humanos da ALEPA, o Ministério Público do Pará, a UFPA, o projeto Djumbai/UFPA, e as organizações da sociedade civil Hafama e Tiniquena. O evento, realizado no auditório principal da Assembleia Legislativa do Pará, contou com a participação de lideranças e associações quilombolas, organizações do movimento negro, estudantes da UFPA e outras instituições, gestores do Pará, representantes de Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe e de movimentos sindicais. A sessão, conduzida pela Profa. Dra. Jacqueline Serra-Freire, docente da UFPA e coordenadora do Projeto Djumbai, é também parte das atividades da sociedade civil durante a COP e serve como mais uma oportunidade para a interação entre o poder público, organizações da sociedade, instituições de ensino e parceiros internacionais no reconhecimento do legado africano para o Brasil.

Plenário da ALEPA  no Dia de Zumbi dos Palmares.

Além dos eventos oficiais, também tivemos oportunidade de participar de reuniões de trabalho com as delegações de Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Portugal para o planejamento de colaborações futuras em temas ligados à saúde, meio ambiente, mudanças climáticas e direitos humanos. Ao longo de todo o processo de preparação para a COP e nas duas semanas do evento, o Prof. Dr. Flávio Barros, também do PPGA, esteve à frente das ações do projeto da UFPA “Ciência e Vozes da Amazônia para a COP30” coordenando um amplo leque de ações e atividades nos diversos territórios ligados ao evento. Além dele, diversos membros, colaboradores e colaboradoras do LEBIOS e da UFPA participaram ativamente do processo, evidenciando a importância dos amazônidas na construção das diversas atividades relacionadas à Conferência em Belém.

Plenário da ALEPA  no Dia de Zumbi dos Palmares.

A COP da Amazônia foi um dos eventos internacionais mais importantes já realizados na região e um marco para a cidade de Belém e o movimento ambiental mundial. O LEBIOS foi selecionado para participar da Conferência como membro oficial da delegação brasileira, com livre acesso a todos os espaços do evento, o que evidencia o reconhecimento das atividades e ações dos pesquisadores, pesquisadoras e estudantes do grupo ao longo de sua existência. Como integrantes do PPGA e do PPSCA da UFPA consideramos fundamental somar esforços com as instituições e os povos do Pará para cumprir nossa missão como laboratório de pesquisa, ensino e extensão, além de contribuir para a resolução das questões prementes de nossa região, para ampliação e o respeito da participação social, o combate a todas as formas de racismo e discriminação, e para a formação de profissionais sensíveis e líderes na Amazônia e no Brasil. A COP30 evidenciou que nossos esforços até o momento tem sido bem sucedidos. Continuaremos a unir esforços para construir um futuro melhor para todos, e para que nenhuma decisão sobre a Amazônia seja tomada sem a direta e intensa participação dos povos da região.