Pesquisador do LEBIOS participa de evento internacional sobre Ciências Forenses
Ocorre entre os dias 25 a 28 de agosto de 2025, na cidade de Curitiba/PR, a InterForensics, um dos maiores eventos do mundo e o maior da América Latina dedicado às Ciências Forenses. Ao longo destes quatro dias, o encontro contará com a participação de profissionais das áreas da perícia criminal, pesquisa científica, setor jurídico e indústria em uma programação que abrange desde minicursos até conferências temáticas que tratam de 17 áreas principais das Ciências Forenses. A intenção é oferecer aos participantes oportunidades para a construção de networking, debates, palestras, exposições e apresentação de pesquisas (https://interforensics.com/cicf2025).
Resumo: O presente trabalho trata sobre a possibilidade de falso positivo de adulteração de arquivo, em imagens extraídas do DVR, modelo MHDC 3116-C, da Intelbras. Em março de 2025 chegou ao setor de áudio/vídeo solicitação para apurar crime de importunação sexual. Os arquivos eram gravados por câmeras HDCVI FullHD, conexão por cabo coaxial e foram coletadas pela delegacia especializada em atendimento à mulher-DEAM. Durante a análise preliminar foi identificado que as imagens apresentavam inconsistências, especificamente, nas que registraram a ação. Diante disso, estabeleceu-se um problema: porquê há inconsistências somente na câmera que registrou a ação em apuração? Porquê nas demais câmeras não há inconsistência? Esse tipo de análise é importante diante da carência de informações e de pesquisas nesses equipamentos. Os resultados obtidos, indicam que os dois softwares Intelbras Sim Play 1.3.3 e Intelbras Media Player 3.36.12, utilizados para verificar autenticidade de registros de imagens de suas câmeras tipo CFTV podem gerar falso positivo. A hipótese levantada consiste em que ao fazer a leitura dos dados, os respectivos softwares consideram o tempo total de vídeo registrado a partir do início e fim da filmagem. Se nesse interim, o tempo decorrido não for o previsto, os dois softwares interpretam como adulterado. Quando a câmera apresenta algum problema, como por exemplo, ficar offline, os softwares interpretam a ausência de tempo da gravação como adulteração. Isso não significa que o arquivo tenha sido adulterado, é uma falha de interpretação dos softwares que podem induzir a constatar que um determinado arquivo de imagem foi adulterado. Nesse sentido, é recomendável que a verificação de autenticidade em imagens de DVR Intelbras, utilizando-se seus softwares de verificação, seja acompanhada de outras estratégias tais como: análise do equipamento gerador das imagens in loco e adoção de outras metodologias, afim de evitar a conclusão de falso positivo de adulteração
Esta é mais uma contribuição da Bioantropologia do PPGA e da equipe do LEBIOS para o campo da Antropologia Forense na Amazônia.
PARABÉNS Mariluzio !!
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