Coordenador do LEBIOS Participa da Semana Universitária da UnB Discutindo Políticas de Saúde para as Populações Quilombolas
Como
parte das atividades da Semana Universitária (SEMUNI) da Universidade de
Brasília (UnB), promovida pelo Departamento de Extensão (http://dex.unb.br/programacaosemana2022), o Prof. Dr.
Hilton P. Silva, coordenador do LEBIOS, foi convidado para participar da sessão
temática Políticas Públicas e Saúde
Quilombola, realizada no 1º Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes
da ONU, sob a organização do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) do
Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM). Também foram convidadas
para a sessão as Profas. Dras. Lucélia Luiz Pereira, Kátia Crestine Pocas,
Elizabete Mamede, e a liderança quilombola nacional e doutoranda da UnB, Profa.
Givânia Silva. A atividade contou com a presença do coordenador do NEAB, Prof.
Dr. Antônio Marcos Moreira da Silva e estudantes de diversos cursos da
universidade.
Na
ocasião foi reiterada a importância da garantia da demarcação territorial para
a manutenção da vida e cultura dos grupos quilombolas, bem como os impactos das
recentes mudanças em várias políticas públicas no seu acesso aos serviços de
saúde, conforme denunciado em artigo recente do coordenador do LEBIOS (https://pp.nexojornal.com.br/ponto-de-vista/2022/A-crueldade-da-atual-Pnab-e-do-or%C3%A7amento-secreto-para-a-sa%C3%BAde-da-popula%C3%A7%C3%A3o-negra), que foi
reproduzido no site da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO (https://www.abrasco.org.br/site/gtracismoesaude/2022/08/19/a-crueldade-da-atual-pnab-e-do-orcamento-secreto-para-a-saude-da-populacao-negra/)
Além disso, o INCRA não realizou qualquer demarcação de território quilombola desde 2019. Simultaneamente, nos último anos diversas normas legais, de vários órgãos do governo federal, têm sido alteradas de forma a prejudicar essa população, sendo a mais recente a Instrução Normativa nº 128, de 30/08/2022, que só reconhece como comunidades quilombolas as que já têm o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) publicado pelo Diário Oficial e redefine arbitrariamente o conceito de comunidade Quilombola, considerando apenas aquelas com RTID já publicado, o que equivale a menos de 10% das comunidades brasileiras reconhecidas pela Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e mesmo pelos dados oficiais estimados pelo IBGE (http://conaq.org.br/noticias/nota-de-repudio-as-comunidades-quilombolas-sofrem-mais-um-a-ataque-do-estado-brasileiro/).
Os
movimentos sociais, as instituições acadêmicas e a sociedade em geral têm se
mobilizado e enfrentado os ataques sofridos pelas comunidades quilombolas,
indígenas, pela população negra e outros grupos vulnerabilizados ao longo dos
últimos 3 anos e, conforme proposto pela
Aliança Pró-Saúde da População Negra, todos precisamos estar preparados para
responder democraticamente contra as tentativas de burlar a Constituição
Federal e os direitos adquiridos em muitos anos de lutas dos movimentos sociais
e da ciência brasileira (https://pp.nexojornal.com.br/ponto-de-vista/2022/Precisamos-falar-sobre-a-saúde-da-população-negra-nas-eleições-2022).
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