Edição Especial do American Journal of Physical Anthropology (AJPA) Discute Variação Biológica e as Ideias Sobre Raça e Racismo no Século XXI

                                   Quadro A Redenção de Can, Modesto Brocos, 1895.

Um dos periódicos mais importantes do mundo no campo da bioantropologia apresenta no seu número especial de junho (Special Issue: Race reconciled II: Interpreting and communicating biological variation and race in 2021, Volume 175, Issue 2, June 2021) um debate fundamental na modernidade: a interpretação e comunicação sobre variabilidade biológica e questões raciais na contemporaneidade. O volume 175, editado pela Dra. Connie J. Mulligan, do Departamento de Antropologia da Universidade da Flórida, e a Dra. Jennifer A. Raff, do Departamento de Antropologia da Universidade do Kansas, dá continuidade a um debate iniciado em 2009, com o volume 139, quando foi discutida a questão de como as diversas perspectivas no campo da Antropologia Biológica estudam e compreendem a variação biológica humana e os meios para comunicar o significado e as implicações da nossa variabilidade para a adaptação biocultural da espécie.

Este volume de junho contém 16 artigos, todos de acesso livre, demonstrando a importância que a associação tem dado a essa temática. Os textos envolvem temas relacionados a antropologia genética, antropologia forense, biologia humana, história, filosofia e comunicação, considerando questões urgentes como o racismo estrutural, as disparidades étnico-raciais em saúde, a persistência de ideias racistas, o recrudescimento do racismo nos EUA e em outros países, o uso ético de materiais biológicos em pesquisas antropológicas, como a antropologia forense pode ajudar a identificar vítimas de violência na fronteira e como comunicar efetivamente para o público em geral sobre nossa área. No conjunto, a excelente edição especial reitera que os seres humanos apresentam variação genética e fenotípica resultantes de nossa história evolutiva e cultural, e que as categorias raciais, socialmente definidas, não são úteis para descrever esses padrões de variação, uma vez que para a bioantropologia não há raças humanas.

O volume histórico está integralmente disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/toc/10968644/2021/175/2

BOA LEITURA.

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