Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial - 21 de Março
O Dia
Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) em 1963, e é celebrado sempre no dia 21 de março, em referência ao
Massacre de Sharpeville, na África do Sul. Neste dia, em 1960, mais de 20.000
pessoas faziam um protesto contra a “Lei do Passe”, que restringia as áreas por
onde os negros (maioria da população do país) podiam circular nas cidades. A
polícia, agindo a mando do governo racista do Apartheid, atacou os
manifestantes e 69 pessoas foram mortas e outras 186 ficaram feridas. Em
memória ao massacre, a Assembleia Geral da ONU consagrou a data à luta contra o
racismo e todas as formas de discriminação.
Segundo as
Nações Unidas, discriminação racial significa:
"Qualquer
distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor,
ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir
ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos
humanos, e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou qualquer outra área da vida pública".
Embora a Bioantropologia,
há muito, tenha demonstrado que não existem “raças” humanas biologicamente
distintas, a discriminação racial continua a existir, é praticada no cotidiano
e sentida na pele por muitos brasileiros e estrangeiros que aqui moram. É
necessário (re)conhecer todas as suas formas, as vezes sutis, as vezes abertas,
para que se possa combatê-la onde e como ela se manifeste. Na sociedade em
geral, bem como na Universidade, a discriminação sociorracial está presente, e
dificulta enormemente o cotidiano de todos e todas os que dela são vítimas.
O Artigo 1º da
Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial afirma que:
A
discriminação entre seres humanos com base na raça, cor ou origem étnica
constitui um atentado à dignidade humana e deverá ser condenada enquanto
negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, bem como enquanto violação
dos direitos humanos e liberdades fundamentais proclamados na Declaração
Universal dos Direitos do Homem, obstáculo às relações amistosas e pacíficas
entre as nações e fato susceptível de perturbar a paz e segurança entre os
povos.
O Brasil é um
dos signatários da Declaração da ONU e também da Declaração de Durban (África
do Sul), resultante da III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação
Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, no entanto, muito ainda precisa
ser feito para colocar em prática os seus mandatos.
Texto: Hilton P Silva - Coordenador da Casa Brasil-África - UFPA.
Texto: Hilton P Silva - Coordenador da Casa Brasil-África - UFPA.
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