Arqueologia e Bioantropologia trabalhando juntas para revelar as histórias do passado.

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Várias investigações recentes no exterior e no Brasil têm demonstrado a importância dos estudos multidisciplinares para desvendar fatos e eventos importantes do passado, ajudando a re-escrever a história da humanidade. Estudos envolvendo grupos de pesquisadores que incluem arqueólogos, bioantropólogos, historiadores, engenheiros, médicos e muitos outros profissionais são cada vez mais comuns, pois já se sabe que não é possível investigar o passado (ou o presente) com o olhar de apenas um tipo de conhecimento. Neste sentido, a abordagem do PPGA-UFPA para a formação de futuros antropólogos com conhecimentos sobre os diversos campos de atuação da disciplina, como a bioantropologia e a arqueologia (além da antropologia social), se mostra plenamente em sintonia com o que é esperado dos profissionais que atuam em pesquisas em nível mundial.
 
No Brasil, segundo a revista Época os restos mortais de Dom Pedro I e de suas duas esposas, Dona Leopoldina e Dona Amélia, que estavam no Monumento à Independência, em São Paulo, foram recentemente exumados para pesquisas. As investigações foram realizadas em sigilo em 2012 pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel. Os estudos, utilizando técnicas de bioarqueologia, antropologia forense, tomografia computadorizada e historiografia  revelam fatos inusitados da família imperial brasileira e de D. Pedro como Pedro IV Rei de Portugal.
 
 
E você pode ver vídeos da exumação em: http://www.youtube.com/watch?v=y8jcdXyx3hA
Nos EUA, quando vários esqueletos foram encontrados sob árvore derrubada pela tempestade Sandy em Connecticut, imediatamente mobilizou-se a polícia local e as equipes de antropologia forense para saber se tratava-se de ocultação de cadáveres por criminosos atuais ou de um evento histórico. Os estudos forenses de biologia esqueletal evidenciaram que os ossos eram de um cemitério que existiu no local há mais de cem anos, demonstrando a importância das técnicas bioantropológicas em situações periciais. Uma das matérias sobre este achado está disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Mundo/noticia/2012/11/esqueletos-centenarios-sao-encontrados-sob-arvore-derrubada-por-sandy.html
 
Na Inglaterra, estudos bioantropológicos envolvendo biologia esqueletal, análises de DNA, datações por Carbono e reconstituição tri-dimensional do crânio, confirmaram que os restos mortais achados, em setembro de 2012, em um estacionamento no condado de Leicester, são do controverso monarca Ricardo III, último Rei da Dinastia York, morto em batalha em 1485 e cuja vida inspirou uma das mais famosas obras de Shakespeare. As investigações colocam um fim a séculos de dúvidas sobre o paradeiro do Rei e trazem detalhes importantes sobre sua vida e morte. Os detalhes sobre estudos podem ser vistos em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/cientistas-esqueleto-achado-em-estacionamento-e-do-rei-ricardo-iii,850d737e1a0ac310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Em Viena, estudos bioantropológicos sobre materiais arqueológicos de um sítio encontrado há alguns anos contendo um túmulo, identificaram os ossos como sendo de uma mulher que trabalhava no ramo da metalurgia. Segundo os especialistas, este é o primeiro grande indício de que as mulheres faziam trabalhos pesados durante a idade do bronze (5 mil a 3,5 mil anos atrás). Uma das matérias publicadas sobre este achado está disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-tecnologia/noticia/2012/10/esqueleto-encontrado-na-austria-e-de-mulher-operaria-que-viveu-ha-mais-de-3-mil-anos.html
 
Em Israel, arqueólogos, bioantropólogos e historiadores trabalharam juntos para desvendar o que ocorreu com duas pessoas encontradas no fundo de um poço antigo na Galiléia. As pesquisas biológicas e forenses identificaram o esqueleto de uma mulher jovem e de um homem idoso dentro do poço de oito mil anos. Neste período começavam a se organizar os primeiros grandes aglomerados humanos, iniciava-se a domesticação de animais e a agricultura e os poços ganhavam importância pelo potencial de perenizar os escassos recursos hídricos disponíveis, portanto, é raro encontrar pessoas em poços dessa época. Os investigadores concluíram que após os indivíduos estarem no poço este não foi mais usado, o que confirma a antiguidade da ocorrência. Os estudos continuam para saber se os indivíduos caíram ou foram colocados, vivos ou mortos, no poço. Uma das matérias publicadas sobre este achado está disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-tecnologia/noticia/2012/11/arqueologos-encontram-poco-com-esqueletos-de-8-mil-anos-em-israel.html
 

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