Novo Artigo sobre Bioantropologia e Saúde de Populações Quilombolas Integra Dossiê da Revista Tessituras
Recentemente foi publicado o artigo "Socioecologia e saúde de populações quilombolas do Pará, Amazônia, Brasil", no dossiê Antropologia Biológica (V 8, n 2) de Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia da UFPEL, com autoria da Profa. Dra. Ligia Amaral Filgueiras, do GEB-UEPA e do Prof. Dr. Hilton P. Silva, do LEBIOS-UFPA. Esta é mais uma contribuição do Pará para o avanço da bioantropologia e dos estudos sobre populações negras e quilombolas na Amazônia.
Resumo
Quilombolas são populações afrodescendentes que conseguiram sobreviver à escravidão e constituir sociedades contemporâneas com organização política, territorial e econômica própria. São grupos considerados vulnerabilizados devido a suas condições de vida, formas de subsistência e ao enfrentamento de violência e racismo cotidianos, fatores que interferem diretamente em seu bem-estar. A partir de uma perspectiva bioantropológica, analisamos 306 famílias de seis comunidades quilombolas do estado do Pará utilizando técnicas antropométricas, questionários, entrevistas semiestruturadas e exames físicos sobre a situação socioecológica, nutricional e de saúde. Em geral as condições socioecológicas afetam sobremaneira a vida dessas populações, pois todas carecem de saneamento ambiental, água tratada, vivem em habitações precárias, onde muitas vezes não há banheiro interno. Essas condições influenciam nos altos níveis de parasitismo, infecções respiratórias, doenças de pele e outras enfermidades infectocontagiosas e crônicas. A escolaridade é baixa e o acesso à serviços de saúde é difícil devido as distâncias entre as comunidades e as áreas urbanas. A investigação a partir de uma perspectiva bioantropológica permitiu concluir que os determinantes sociais de saúde vivenciados por essas comunidades exercem enormes pressões sobre suas vidas, resultando em problemas como excesso de peso e outras doenças crônicas, doenças infeciosas e parasitárias e estresse, que se refletem em elevada morbidade, principalmente entre as mulheres, e potencialmente reduzida expectativa de vida.
O artigo completo está disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/tessituras/article/view/18448/13107
Boa leitura!
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