PARTICIPANTES DO LEBIOS DEFENDEM DISSERTAÇÕES SOBRE O PROGRAMA MAIS MÉDICOS.


Na tarde do dia 03 de abril de 2018, na sala do Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente na Amazônia/Saúde Coletiva (PPGSAS), da Universidade  Federal do Pará, aconteceram as defesas das dissertações dos mestrandos Alisson Bruno Leite Lima (Foto 1) e Roseane Bittencourt Tavares (Foto 2), ambos vinculados ao LEBIOS. As bancas foram compostas pelo orientador Prof. Dr. Hilton P. Silva (Coordenador do LEBIOS), pela Profª. Drª. Maria do Socorro Castelo Branco de Oliveira Bastos (Coordenadora de Educação do PMM no Pará) e pela Profª. Drª. Leonor Maria Pacheco Santos (Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília/UNB). Após as arguições e sugestões da banca (Foto 3), os alunos foram aprovados, tornando-se mestres em Saúde Coletiva (Foto 4 e 5).


Foto 1
Foto 2


Foto 3

Foto 4

Foto 5

As dissertações avaliadas e aprovadas foram:

ANÁLISE SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EXPERIÊNCIA DOS
MÉDICOS COOPERADOS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO BRASIL
Roseane Bittencourt Tavares
Resumo
O Programa Mais Médicos (PMM) foi instituído em 2013, devido a diversas pressões sociais e um de seus objetivos é atrair profissionais médicos para áreas de difícil acesso, para atuar na Atenção Básica (AB), devido a insuficiência desses profissionais no Sistema Único de  Saúde (SUS). Porém, nas primeiras chamadas para participação no Programa, houve um boicote de médicos brasileiros. Uma das soluções para a continuidade do PMM foi a realização de um acordo de cooperação realizado entre Brasil e Cuba por meio da Organização Pan-americana de Saúde. Assim, milhares de médicos cubanos vieram para o Brasil para atuar no PMM. No entanto, a vinda destes foi muito criticada pelas associações médicas, que afirmavam que os profissionais cubanos não possuíam a formação necessária para atuar no Brasil. Em vista disso, os objetivos deste trabalho são analisar a formação profissional e a experiência prévia dos médicos cooperados participantes do PMM e sua inserção na AB. Para isto foram utilizados dados oriundos da Pesquisa multicêntrica "Análise da Efetividade da Iniciativa Mais Médicos na Realização do Direito Universal à Saúde e na Consolidação das Redes de Serviços de Saúde", coordenado pela Universidade de Brasília. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas com os médicos cooperados em todas as regiões do país. Realizou-se a análise de conteúdo dessas entrevistas   e   foi   feita   a   comparação   dos   currículos   de   medicina   cubano   e   brasileiro, observando-se suas similaridades e diferenças. A dissertação está escrita na forma de dois artigos e um texto integrador. O primeiro artigo foi publicado na Revista Interface - Comunicação, Saúde, Educação (vol. 1, núm. 21, 2017, pp. 1257-1268) e trata sobre os dados nacionais de como os cooperados compreendem e se integram à AB no país. Já o segundo artigo foi submetido para a edição especial da Revista Pan-americana de Salud Pública, cujo tema é "Atenção Primária à Saúde nas Américas: Quarenta Anos de Alma-Ata" e seu foco está na qualificação dos médicos estrangeiros atuantes no Pará. Como resultados, observou-se que os médicos cubanos possuem formação adequada para a prática médica no país, possuem experiências em outros países, devido a sua premissa internacionalista, todos possuem algum tipo de pós-graduação e, além disso, os   currículos  médicos  de  Cuba  são, em geral, similares aos do Brasil.  Assim, não há motivos para criticar a formação destes profissionais, oriundos de um país reconhecido por sua saúde pública e pela forma como os médicos exercem a prática clínica. Conclui-se, que é preciso reconhecer sua competência técnica e aprender com eles, com seu tratamento humanitário, que tem sido aplicado não só para a população cubana, mas também para as populações de qualquer parte do mundo onde eles sejam necessários.



PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOS GESTORES SOBRE O PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO ESTADO DO PARÁ
Alisson Bruno Leite Lima
Resumo
O Programa Mais Médicos (PMM) foi instituído em outubro de 2013, um de seus intuitos era o de fortalecer a Atenção Primária em Saúde (APS) e reduzir as iniquidades no acesso aos serviços de saúde, para isso uma das medidas foi o incremento de recursos humanos. Após a baixa adesão de médicos brasileiros nas primeiras chamadas, foram disponibilizadas vagas para médicos estrangeiros, dentre estes, os médicos intercambistas cubanos. Ao longo dos últimos anos foram realizadas diversas pesquisas sobre o PMM, porém, ainda são poucos os estudos que tratam sobre a percepção dos outros profissionais de saúde e dos gestores frente aos médicos cooperados do Programa. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a percepção dos profissionais de saúde e dos gestores em relação aos médicos cooperados cubanos no estado do Pará. Neste trabalho faz-se uma análise de conteúdo de entrevistas realizadas com 32 profissionais de saúde e 16 gestores, que foram realizadas em duas etapas, em 2015 e 2016, como parte do subprojeto “Estudo de casos em 32 municípios inscritos” que está incluso no projeto multicêntrico nacional “Análise da Efetividade da Iniciativa Mais Médicos na Realização do Direito Universal à Saúde e na Consolidação das Redes de Serviços de Saúde”. Os resultados dessa análise são apresentados na forma de dois artigos científicos, o primeiro abordando sobre a percepção dos gestores, em que os resultados destacam que houve melhoria do acesso, da resolutividade da APS e o provimento de médicos em caráter de dedicação exclusiva para os municípios. Pode-se afirmar que os gestores entrevistados estão satisfeitos com o PMM e com os médicos cooperados, e que é possível realizar uma APS a saúde com qualidade no Brasil. O segundo artigo, abordando a percepção dos demais profissionais de saúde, conclui que há boa relação interprofissional entre os médicos cooperados e os outros profissionais de saúde,  que os médicos cooperados promovem um atendimento mais humanizado, que a presença do médico na comunidade trouxe melhorias para a APS, que há uma maior tentativa de resolução dos problemas de saúde nas próprias unidades básicas, encaminhando somente quando necessário e que há precisão dos diagnósticos dos médicos cooperados, mesmo quando se considera a dificuldade de obtenção de exames complementares. A partir desses resultados, pode-se dizer que as percepções dos profissionais e dos gestores frente aos médicos cooperados são boas e que o PMM proporcionou resultados positivos para a APS no Brasil.

Aproveitando a estadia da Profª. Leonor Pacheco, no dia 04 de abril, no período da manhã, aconteceu a Aula Magna de 2018 do PPGSAS, ministrada por ela (Foto 6), com o tema “Avaliação do Programa Mais Médicos: Uma Abordagem Integrada, Compreensiva e Multidisciplinar”, onde foram mostrados os resultados do projeto multicêntrico que ela coordenou, e cujos dados foram usados na elaboração das dissertações e artigos, e a importância que o PMM tem tido para a ampliação e melhoria do acesso à Atenção Básica no país.

Foto 6

Tanto os novos discentes quanto os antigos participaram da aula, além da presença dos docentes do programa (Foto 7), que puderem tirar suas dúvidas sobre os impactos e o futuro do PMM.

Foto 7


          O PPGSAS é o único programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da região Norte e possui duas linhas de pesquisa: Sócio-Antropologia, Política, Planejamento e Gestão em Saúde na Amazônia, e Epidemiologia das Doenças Infecciosas e Crônicas Não Transmissíveis na Amazônia. Para saber mais sobre o PPGSAS acesse: http://ppgsas.propesp.ufpa.br/index.php/br/


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