Evolução Humana: 10 Ancestrais Essenciais!
10 ancestrais que contribuíram com a Evolução Humana
Milhões
de anos e incontáveis mudanças separam os humanos atuais dos primeiros
primatas. A seguir, você conhecerá 10 espécies que fizeram boas “contribuições”
nessa jornada que chamada de Evolução Humana!
10 – Sahelanthropus tchadensis (6
– 7 milhões de anos atrás)
Sahelanthropus tchadensis (6 – 7 milhões de anos atrás) |
Há
cerca de 5,4 milhões de anos começou nossa separação em relação aos grandes
primatas e muitos pesquisadores acreditam que o S. tchadensis seria
o “elo inicial” deste processo. Em 2001, foi encontrado no Deserto de Djurab
(República do Chade) um crânio fragmentado que supostamente era de um S. tchadensis e,
ao analisar a parte do crânio que se conectava ao pescoço, imagina-se que o
animal era bípede. Contudo, há quem acredite que não se tratava de um elo
evolutivo, pois a caixa craniana era menor (350 cm³) do que a dos chimpanzés
(390 cm³).
Outros argumentam que o crânio era distorcido demais para ser de uma
espécie mais próxima dos humanos do que dos grandes primatas.
9 – Kenyanthropus platyops (3,5 milhões de anos atrás)
Kenyanthropus platyops (3,5 milhões de anos atrás) |
Foi encontrado no Lago Turkana (Quênia)
em 1999 um crânio capaz de suportar um cérebro um pouco maior (400 cm³) que o
dos chimpanzés, e com dentes que indicavam mastigação dos alimentos. Outra
diferença do K. platyops era sua face mais achatada, possível
sinal de adaptação a novos ambientes.
8 – Australopithecus afarensis (3 – 3,9 milhões de anos atrás)
Australopithecus afarensis (3 – 3,9 milhões de anos atrás) |
Uma
descoberta feita em Hadar (Etiópia) em 1974 ganhou destaque em veículos de
comunicação do mundo todo: 40% (uma porcentagem considerável) do esqueleto de
uma criatura que foi carinhosamente apelidada de “Lucy”. A anatomia sugere que
Lucy tinha cerca de 1 metro de altura e pesava 30 kg, era bípede, passava o dia
em terra e dormia sobre as árvores. Outro esqueleto de A. afarensis, que ficou conhecido como “Selam”, sugere
que a criatura tinha um cérebro de cerca de 440 cm³. Além do tamanho, outro
diferencial seria um sulco dividindo o lobo occipital (ligado à visão) do resto
do cérebro, presente em chimpanzés, mas não em humanos: o de Selam, de acordo
com modelos baseados em seu esqueleto, seria menor do que o dos chimpanzés,
um
“passo” na escala evolutiva.
7 – Paranthropus boisei (1,4 – 2,3 milhões de anos atrás)
Paranthropus boisei (1,4 – 2,3 milhões de anos atrás) |
Criatura bípede e com um cérebro de 500
a 550 cm³ (44% do de um ser humano), o P. boisei ganhou o apelido de “Quebra-nozes”
(“Nutcracker Man”) porque seria capaz de comer alimentos duros, como nozes,
sementes e tubérculos (dentes grandes e maxilares fortes davam conta do
recado). Acredita-se que essa dieta era suficiente para o gasto energético de seu
cérebro, maior que o dos seus ancestrais.
6 – Homo habilis (1,6 – 2,5 milhões de anos atrás)
Homo habilis (1,6 – 2,5 milhões de anos atrás) |
O H. habilis, até
onde sabemos, foi o primeiro entre nossos ancestrais a usar pedras como
ferramentas, e por isso é também chamado de “Handyman” (em português, algo como
“Faz-tudo”). Seus polegares eram relativamente largos, o que garantia uma certa
destreza na hora de criar e usar ferramentas. Além disso, ele teria vivido em
uma época de intensas mudanças climáticas (em “apenas” alguns milhares de anos,
lagos se tornavam desertos, e depois voltavam a ser inundados), algo que o
forçou a se adaptar muito para sobreviver.
5 – Homo ergaster (1,5 – 1,8 milhões de anos atrás)
Homo ergaster (1,5 – 1,8 milhões de anos atrás) |
Em relação ao tamanho do cérebro, o H. ergaster estava “chegando lá” (850 cm³, ou 71% do tamanho
do cérebro humano moderno) e pode ter sido a primeira espécie a dominar o fogo,
além de criar instrumentos de pedra mais sofisticados. Ao contrário do que
ocorria nas espécies anteriores, macho e fêmea não eram muito diferentes (havia
menos “dimorfismo sexual”) e há evidências de que
o H. ergaster tinha uma forma primitiva de comunicação por
símbolos.
4 – Homo erectus (0,4 – 1,8 milhões de anos atrás)
Homo erectus (0,4 – 1,8 milhões de anos atrás) |
Em
1984, foi encontrado próximo ao Lago Turkana (Quênia) o esqueleto de um
“menino” (entre 8 e 11 anos de idade) da raça H. erectus, que dominava o fogo,
construía ferramentas e vivia em pequenas comunidades – ao abandonar a vida nas
árvores, esses ancestrais precisavam manter predadores afastados, algo que
seria mais fácil com a vida comunitária. O cérebro do “Menino de Turkana” tinha
900 cm³ (75% do tamanho do cérebro de um ser humano moderno) e há evidências de
que possuía uma área de memória e fala altamente desenvolvida. Um cérebro maior
demandava mais energia, um problema com o qual o H. erectus podia
lidar com certa facilidade: caminhando sobre duas pernas e com menos pelos no
corpo, ele era capaz de caçar certos animais de modo eficiente, obtendo na
carne a energia de que precisava.
3 – Homo heidelbergensis (0,2 – 0,6 milhões de anos atrás)
Homo heidelbergensis (0,2 – 0,6 milhões de anos atrás) |
Há
evidências de que o H. heidelbergensis enterrava seus mortos de modo
ritualístico (uma espécie de cemitério no norte da Espanha reúne vários restos
mortais da espécie), possivelmente com oferendas para um deus ou para ajudar o
morto numa “vida além-túmulo”. Possivelmente, esse ancestral tinha um cérebro
maior que o nosso (1.100 a 1.400 cm³), era capaz de planejar, se comunicar de
modo simbólico e construir abrigos elaborados. Algumas tribos teriam viajado
para o continente europeu (entre 300 mil e 400 mil anos atrás) e evoluído para
o Homo neanderthalensis, enquanto as que permaneceram na
África deram origem ao Homo Sapiens.
2 – Homo neanderthalensis (0,03 – 0,3 milhões de anos atrás)
Homo neanderthalensis (0,03 – 0,3 milhões de anos atrás) |
Mesmo com
um cérebro maior que o do Homo Sapiens, o H. neanderthalensis teria habilidade de manipular
objetos, raciocínio e memória menos desenvolvidos. Suas armas (facas e lanças)
exigiam que se aproximassem de suas presas, o que explicaria por que tantos
esqueletos da espécie foram encontrados com fraturas. Sua dieta era extremamente
rica em carne, independentemente do ambiente em que a espécie se encontrava, o
que sugere uma baixa capacidade de adaptação.
1 – Homo sapiens (0,2 milhões de anos atrás – presente)
Homo sapiens (0,2 milhões de anos atrás – presente) |
Depois de
uma longa caminhada, aqui estamos nós. Embora guerras, preconceitos e outros
problemas possam às vezes nos levar a pensar o contrário, o H. sapiens é uma espécie evoluída: com domínio do fogo e
uma grande habilidade de se adaptar, sobreviveu a uma grande seca na África há
140 mil anos que quase extinguiu a espécie. Corpos mais esguios exigiam menos
calorias, e armas como arco-e-flecha e lanças de arremesso tornavam as caçadas
mais seguras. E, naturalmente, cultura falada e escrita ajudaram a passar
conhecimentos essenciais para as futuras gerações.
Publicado em 19.03.2013, por
Guilherme de Souza, Jornalista.
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