Bioantropologia da UFPA no 2nd Global Congress Sickle Cell Disease
O 2º Congresso Global de
Doença Falciforme foi realizado de 11 a 14 de novembro de 2014, no Rio de
Janeiro, Brasil, organizado em parceria com
o Governo do Brasil, e incluiu reuniões científicas da Rede Global de Doença
Falciforme (GSCDN) e a Iniciativa Mundial em Estudos Sociais das
Hemoglobinopatias (WiSSH). O Congresso reuniu pesquisadores e cientistas
sociais, autoridades em saúde pública, sociedade civil e pessoas com Doença
Falciforme e seus familiares no Rio para troca de experiências e melhorar o
aprendizado tendo como foco encontrar soluções para muitos problemas
ocasionados pela Doença Falciforme.
A doutoranda Ariana da Silva durante a sua Apresentação Oral, que ocorreu no Hotel Windsor Guanabara, Rio de Janeiro, Brasil |
A discente de Doutorado, Ariana Kelly L. S. da Silva, do Programa de Pós Graduação em Antropologia, Universidade Federal do Pará (PPGA/UFPA), Área de Concentração em Bioantropologia, participou do 2nd Global Congress Sickle Cell Disease com a Apresentação Oral intitulada: "A Doença Falciforme no Pará,
Amazônia, Sob Uma Perspectiva Bioantropológica", analisando os processos biológicos e culturais que englobam a Doença Falciforme no Estado do Pará, Amazônia, na visão da Bioantropologia. O resumo segue abaixo. O congresso em questão teve como encaminhamento geral a proposição para a criação de uma Federação Global de Pessoas com Doença Falciforme, que discuta caminhos para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos em caráter mundial.
Mesa de debates sobre Doença Falciforme |
A Doença Falciforme no Pará,
Amazônia, Sob Uma Perspectiva Bioantropológica
Ariana
K L S da Silva (UFPA)
Hilton P Silva (UFPA)
Este trabalho aborda a
Doença Falciforme (DF) a partir de uma perspectiva bioantropológica. O enfoque
da pesquisa é no processo de compreensão do corpo e da doença por parte das
pessoas com DF e seus familiares. A doença envolve aspectos de natureza
biológica e cultural, de caráter evolutivo e biossocial, sendo essencial
discuti-la como um fenômeno biocultural. Participaram da pesquisa 40
indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 05 e 49 anos, oriundos de áreas
rurais e urbanas, representando cerca de 10% dos casos HB*SS no Pará (13% se
autodeclararam negros). O estudo investigou a DF desde sua origem biológica na
África, sua chegada e distribuição na Amazônia e no Pará, como também a
experiência de vida dos sujeitos, seus modos de ser e conviver com a doença,
seus sistemas simbólicos de interpretação de saúde, as manifestações orgânicas
que os acompanham, assim como o acesso aos serviços de saúde e as formas de
tratamentos alopáticos e tradicionais utilizados, no intuito de compreender
como a DF é vivenciada no Estado. A DF é fortemente influenciada pelos Determinantes
Sociais em Saúde que, neste caso, envolvem situações de vulnerabilidade
sociorracial e étnico-cultural, dificuldades de acesso ao tratamento,
limitações pessoais e profissionais como consequência do adoecimento, e
necessidade de grande envolvimento familiar. A abordagem bioantropológica
proporcionou um entendimento holístico sobre a doença. Considerando o desafio
da DF como questão de saúde pública que tem recebido pouca atenção na Amazônia,
a pesquisa contribui para a sensibilização do Estado afim de que a Política
Nacional de Saúde Integral da População Negra, e outras políticas públicas,
sejam formalizadas para garantir às pessoas com DF uma melhor qualidade de
vida.
Outras informações no link abaixo:
http://www.hemorio.rj.gov.br/CongressoGSCDN/
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